Com a pandemia do coronavírus, Google, Apple, Twitter e outras companhias implementaram novas políticas e ferramentas de trabalho.
Com mais de 150 mil casos ao redor do mundo, o novo coronavírus tem transformado a forma como as empresas trabalham. Companhias dos mais diversos setores já incluíram o home office na rotina dos colaboradores. O objetivo é evitar aglomerações e diminuir as chances de contaminação. Na China, primeiro país atingido pelo vírus, milhares de pessoas ficaram confinadas em casa, muitas delas trabalhando — criando uma experiência de home office que marcou a história.
As maiores empresas do mundo já aderiram à prática. Neste mês, companhias como Google, Facebook, Apple e Twitter anunciaram novas políticas e recomendações para garantir que colaboradores em diversos países não sejam afetados pela pandemia. Entenda como as empresas estão se preparando para esse novo cenário:
Alibaba e Tencent
Com a descoberta e o rápido aumento de casos do vírus na China, a Alibaba e a Tencent adotaram medidas de home office. Depois de uma pausa prolongada do ano novo chinês, em fevereiro, as companhias retomaram as atividades com trabalho remoto. Para manter a produtividade, os funcionários utilizaram plataformas como DingTalk (da Alibaba) e WeChat Work (da Tencent) — que também estão disponíveis para empresas de fora.
Por meio das ferramentas digitais, é possível realizar reuniões online, videoconferências, criar grupos privados e gerenciar tarefas corporativas. Mais de 800 milhões de pessoas usaram o DingTalk e o WeChat Work em períodos de pico durante a crise provocada pelo coronavírus. Em alguns momentos, as plataformas inclusive saíram do ar pela quantidade de acessos.
Na última quinta-feira (12), diante da nova política de trabalho, os colaboradores adotaram home office. A medida teve início uma semana antes nos estados de Washington e Califórnia — se estendendo para o restante das equipes pouco tempo depois.
“Com muita cautela, e para a proteção da Alphabet e da comunidade em geral, agora recomendamos que você trabalhe em casa, se sua função permitir”, escreveu Chris Rackow, vice-presidente de segurança global do Google, em um email. Apenas funcionários que realmente precisem estar no escritório poderão se deslocar. Além do home office para os colaboradores, a companhia anunciou que conduzirá todas as entrevistas de emprego por videoconferência.
Os candidatos a novas vagas e funcionários do Google estão utilizando ferramentas como Google Hangouts, da própria empresa, ou BlueJeans, serviço que conecta, em uma plataforma em nuvem, diversos participantes para reuniões online. A medida valerá, pelo menos, até o dia 10 de abril.
“Contribuir para o distanciamento social, se você puder, ajuda a comunidade em geral a se espelhar e, o que é mais importante, ajudará a minimizar o pico de carga no sistema de saúde e também poupá-lo para as pessoas necessitadas”, disse Sundar Pichai, CEO do Google, na sua página oficial do Twitter.
Apple
A empresa, comandada por Tim Cook, também adotou o modelo de trabalho remoto. Em um comunicado, o executivo afirmou que a medida foi tomada em escritórios da Apple no mundo todo. “Estamos adotando acordos de trabalho flexíveis em todo o mundo, além da Grande China. Isso significa que membros da equipe devem trabalhar remotamente, e aqueles cujo trabalho exige que estejam no local devem seguir as orientações para maximizar o espaço interpessoal”, ressaltou Cook.
De acordo com o executivo, os escritórios estão passando por processos de limpeza profunda. Além disso, Tim ressaltou que os pagamentos serão realizados normalmente para todos os funcionários. “As políticas estão sendo tomadas para acomodar as circunstâncias de saúde pessoal ou familiar criadas pelo COVID-19 — incluindo a recuperação, cuidado de um ente querido ou quarentena obrigatória”, disse.
No início de março, o Twitter passou a incentivar seus funcionários a trabalharem de casa. Alguns dias depois, a empresa decidiu mudar sua política, declarando o trabalho remoto obrigatório. “Nossa principal prioridade continua sendo a saúde e a segurança de nossos Tweeps [como chamam seus funcionários], e também temos a responsabilidade de apoiar nossas comunidades, aqueles que são vulneráveis e os profissionais de saúde que estão na linha de frente desta pandemia”, afirmou Jennifer Christie, vice-presidente de pessoas da empresa.
Como parte desse processo, a empresa está incluindo equipamentos de escritórios nas casas dos funcionários — como mesas, cadeiras ergonômicas e outros objetos necessários. “Todos os funcionários receberão reembolso pelas despesas de configuração do escritório em casa”, ressaltou Christie.
Além disso, o Twitter montou um guia com dicas e melhores práticas para facilitar a transição. Entre os tópicos abordados pela empresa estão como ter um bom ambiente de trabalho, como gerenciar uma equipe distribuída em diversos locais e como realizar entrevistas e reuniões de forma online.
Ferramentas digitais
Com o aumento do número de casos e países afetados pelo coronavírus, ferramentas digitais se tornaram grande aliadas. Além do DingTalk, WeChat Work, Google Hangouts e BlueJeans, outras plataformas estão sendo usadas por empresas no mundo todo. No início de março, o Google liberou, gratuitamente, o uso de ferramentas que auxiliam usuários durante períodos de home office. A empresa citou nomes como Hangouts Meet e Hangouts Chat, além de novos recursos para suportar a demanda crescente por transmissão ao vivo no YouTube.
Outra plataforma popular para o trabalho remoto é o Slack. A ferramenta permite trocar mensagens com parceiros de trabalho, criar canais de conversa, realizar chamadas de voz e vídeo e criar fluxos de trabalho para automatizar diversas ações. Além disso, ferramentas como Microsoft Teams, Trello, Basecamp, Zoom e Skype também estão ganhando cada vez mais relevância no combate ao coronavírus.